O tenista brasílico João Fonseca foi eliminado em sua estreia do Rio Open nesta terça-feira (18) ao perder para o gálico Alexandre Muller por 2 sets a 0.
A partida, que durou 1h32, foi a primeira do fluminense desde que ele se tornou o brasílico mais jovem a ocupar um título da ATP (Associação de Tenistas Profissionais), com o troféu do ATP de Buenos Aires, que ele ganhou no domingo (18) ao derrotar o prateado Francisco Cerúndolo.
O triunfo colocou o desportista de 18 anos e cinco meses na 68° no ranking mundial, oito posição aquém do rival que o superou nesta terça. O gálico, de 28 anos, é o 60° da lista.
“Não foi o meu momento, não foi o jogo que eu queria, mas não poderia deixar de agradecer a essa torcida maravilhosa. É uma honra jogar cá”, comentou o brasílico em seguida a partida.
Fonseca afirmou que o nervosismo atrapalhou.
“Eu sabia que teria que enfrentar o nervosismo, o temor de jogar com tanta gente, sabia que tinha que enfrentar o momento e tentei de todas as formas. Mas infelizmente não consegui, faz secção do esporte”, afirmou em entrevista coletiva em seguida a itinerário.
O Rio Open faz secção do ATP 500 e começou em 2014. A edição de 2025 foi a maior mobilização brasileira desde logo. O motivo era a euforia por Fonseca, jovem fenômeno pátrio do tênis.
Concentrado, Fonseca entrou sob aplausos. Quase tomou um pneu —termo usado no tênis quando um primeiro set termina em 6 games a 0 — e aparentou desilusão com seu início, dando longos suspiros em algumas falhas. O brasílico foi derrotado no primeiro set por 6 games a 1.
Ele também cometeu erros com bolas no fundo e era punido por jogadas curtas do gálico. As bolas rápidas em paralela, um dos pontos fortes do brasílico, entraram pouco.
Fonseca sofreu com as bolas devolvidas por Muller, mormente em seguida os saques do brasílico, mesmo os que passavam os 220 km/h.
O jovem demonstrou algumas vezes irritação com os rumos do jogo.
A cada erro, era ajudado por gritos de “Vai, João” e “calma, João”. Em entrevistas, o tenista afirmou não se sentir atrapalhado ou inseguro com as manifestações dos torcedores.
Quando passou primeiro do placar pela primeira vez no duelo, na metade do segundo set, levantou os braços e pediu manifestações da torcida.
“O diferencial do primeiro para o segundo set foi o nervosismo. Fui acalmando os nervos, conseguindo me soltar, mexer mais as pernas, ser um pouco mais sólido, mas infelizmente era tarde demais. Não ia conseguir enfrentar o melhor dele e isso foi a frustração de hoje.”
O público deu um tanto de trabalho ao avaliador, que precisou pedir silêncio, em um cortês “por obséquio, obrigado”, a cada grito fora de hora. Foram mais de 15 os pedidos de silêncio.
João Fonseca foi uma sensação já na edição de 2024 do torneio, chegando às quartas de final. A boa performance o fez subir 313 posições no ranking mundial da ATP.
O título na Argentina, conquistado no domingo (16), tornou Fonseca o brasílico mais jovem a lucrar um torneio de escol — de nível superior aos Challengers, disputados sobretudo por atletas em desenvolvimento ou sem ranking para os principais campeonatos — na era oportunidade, a partir de 1968.
O brasílico Thiago Monteiro enfrenta o taiuanês Chun-Hsin Tseng na segunda rodada. Outros dois brasileiros da disputa de simples, Felipe Meligeni foi derrotado na primeira rodada pelo russo Alexander Schevchenko (2 sets a 0), e Gustavo Heide pelo prateado Francisco Comesana (2 sets a 1).
O germânico Alexander Zverev, número dois do ranking mundial da ATP, venceu por 2 sets a 0 o chinês Yunchaokete Bu.
Atual vencedor do Rio Open, Sebastián Baez, da Argentina, derrotou o compatriota Roman Burruchaga.
O torneio carioca nunca teve um brasílico vencedor na chave de simples. O brasílico Rafael Matos foi vencedor nas duplas em 2024, jogando ao lado do colombiano Nicolás Barrientos.
A Espanha tem três título de simples do Rio Open —Rafael Nadal, em 2014, David Ferrer, em 2015, e Carlos Alcaraz, em 2022. A Argentina, com Diego Schwartzman, em 2018, e Báez, em 2024, tem dois títulos.
