O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, participou da cerimônia de entrega dos Prémios Publicação —a maior premiação do jornalismo português—, em Lisboa, e protagonizou uma cena de constrangimento com uma das jornalistas contempladas.
Marta Vidal foi laureada pela reportagem “A liberdade, lá em cima: os pássaros de Gaza”, publicada pelo jornal Expresso. A profissional deu um passo para trás ao receber o prêmio das mãos do presidente que, simultaneamente, aproximou-se para o que pareceu uma tentativa de abraço. Ela se esquivou e estendeu a mão para Rebelo, que a saudou com uma possante puxada de braço ao mesmo tempo.
O evento ocorreu na última sexta-feira (3). Ao tomar a vocábulo, Marta reiterou críticas feitas por ela contra o presidente, que em Portugal tem função de gerente de Estado, e contra o governo. Segundo a jornalista, as autoridades têm ficado em silêncio perante “a aniquilação de um povo e de um território” por segmento de Israel em Gaza.
Pouco depois da fala da jornalista, Rebelo discursou e falou sobre a “verdade de que Portugal não reconheceu ainda o Estado da Palestina“. Afirmou que, mesmo assim, “há uma tentativa de convenção na União Europeia em que há várias posições”.
Rebelo defendeu o governo ao expor que Portugal “continua a descobrir que deve ter uma solução (…) que é adotada pela comunidade internacional: dois povos, dois Estados” e “votou [a favor de] todas as resoluções de pena daquilo que foram atentados contra o direito humanitário cometidos por Israel em Gaza”.
Os Prémios Publicação são uma iniciativa do Clube de Jornalistas de Portugal e têm o espeque da Câmara Municipal de Lisboa, que em Portugal equivale ao Executivo sítio (prefeitura).
