Morto na última segunda-feira (21), aos 88 anos, o papa Francisco deixa um legado marcado pela tentativa de reformar a Igreja Católica e aproximá-la dos pobres e das periferias. Mas sua eleição, ocorrida em março de 2013, não era esperada: o logo vigário de Buenos Aires não figurava na lista de considerados favoritos no conclave que sucedeu a histórica renúncia de Bento 16.
O principal nome era o do italiano Angelo Scola, papa de Milão, que contava com extenso base entre cardeais de seu país. Teólogo respeitado e ligado ao movimento Irmandade e Libertação, Scola, logo com 71 anos, era visto uma vez que uma opção de perpetuidade, alinhada com as ideias conservadoras de Bento 16. Sua candidatura parecia ser a mais originário, dada sua influência na Igreja e sua proximidade com o Vaticano. À idade houve relatos na prelo de que ele teria ficado em segundo lugar na disputa, alguma coisa que não pode ser verificado de forma independente, pois as cédulas de papel são queimadas a cada votação, e não há divulgação solene dos votos.
Além de Scola, outros nomes eram apontados uma vez que potenciais sucessores de Bento 16. O cardeal brasílio Odilo Scherer, vigário de São Paulo, era considerado uma figura moderada, com potente base no continente americano e no Vaticano. Sua candidatura refletia a tentativa de simbolizar a Igreja em uma região cada vez mais relevante, dada a grande quantidade de católicos na América Latina.
Os cardeais Marc Ouellet, ex-prefeito da Congregação para os Bispos, e Timothy Dolan, vigário de Novidade York, também estavam entre os favoritos. Ouellet, com potente experiência administrativa, contava com base em várias regiões do mundo, mormente na América do Setentrião, enquanto Dolan era um líder carismático amplamente respeitado nos Estados Unidos.
Apesar de representarem linhas mais tradicionais, ambos traziam consigo uma potente base de base dentro da Igreja, com Ouellet refletindo uma visão pastoral e Dolan destacando-se pela capacidade de informação e liderança. Anos depois, Ouellet renunciaria ao posto de prefeito do Dicastério para os Bispos, no Vaticano, posteriormente ser denunciado de assédio sexual, o que ele negou.
No entanto, segundo os relatos da idade, a fragmentação de votos entre esses cardeais e a falta de um consenso simples entre os blocos mais tradicionais abriram espaço para a subida de Jorge Mario Bergoglio. O cardeal prateado, até logo considerado uma escolha improvável, passou a ser visto uma vez que uma opção de consenso, unificando os votos dos insatisfeitos com as opções mais tradicionais.
Conjunto reformista buscou opção de fora da Europa
O conclave de 2013 reuniu 115 cardeais eleitores (com menos de 80 anos) na Capela Sistina. A definição do novo papa, conduzida em sigilo integral, exigia ao menos 77 votos (dois terços do totalidade).
A eleição de Bergoglio se consolidou no segundo dia, posteriormente cinco votações. À medida que os favoritos perdiam força, o cardeal prateado passou a ser visto uma vez que uma opção de compromisso. Seu perfil jesuíta, sua ênfase em temas sociais e sua origem fora do eixo Europa-EUA contribuíram decisivamente para sua subida uma vez que candidato de consenso.
Primeiro papa latino-americano e primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro, Francisco inaugurou seu pontificado com um gesto de humildade: antes de louvar os fiéis, pediu que fosse venturoso por eles. Seu papado de 12 anos ficou marcado por iniciativas voltadas à descentralização da Igreja, ao combate à pedofilia no clero e à resguardo do meio envolvente.
Nos últimos anos, também adotou posições firmes em questões geopolíticas. Durante a mais recente escalada de violência entre Israel e Hamas, Francisco pediu reiteradamente um cessar-fogo inopino e a sinceridade de corredores humanitários em Gaza. Em discursos no Vaticano, expressou solidariedade às vítimas palestinas e condenou o uso da força desproporcional, pedindo que se buscasse “diálogo, não armas” para resolver o conflito no Oriente Médio.