O reinado dos goleiros – 20/04/2025 – Juca Kfouri

Esporte


No Campeonato Brasileiro, e não só, pelo Planeta Globo, é notória a perda de gols pelos atacantes até mesmo na hora do pênalti, quando os goleiros perderam o temor.

Basta expor que o aproveitamento da marca da cal na última Despensa do Mundo, onde se supõe estarem os melhores jogadores, foi de exclusivamente 58%, em 31 cobranças, no tempo normal, em prorrogações e em disputa por pênaltis, com 18 gols.

Transfira para o número de tentos desperdiçados nos torneios pelo mundo afora e constate que há uma inversão de valores: agora são os atacantes que temem os arqueiros, cada vez maiores, cada vez mais rápidos, no soalho ou pelo eminente, capazes de crescer diante do finalizador, que, em procura de superá-los, capricha tanto, ou se intimida tanto, que chuta para fora, nas traves ou em cima dos gigantes com suas luvas que parecem ter ímãs para atrair a pelota.

Goleiros brasileiros, antigamente tidos porquê inferiores aos de países cujas escolas eram mais respeitadas, brilham embaixo de nossas traves e fora das fronteiras nacionais.

Um grande time começa por um grande goleiro, é o que se diz, mas a melhor seleção de todos os tempos, a brasileira de 1970, a do tricampeonato no México, começava com Félix, nem cá considerado do melhor nível.

Olhem as raras leitoras e os raros leitores para a Série A brasileira e constatem a quantidade de grandes goleiros, e goleiros grandes, porquê Weverton, com lugar quase cativo na seleção, Hugo Souza, que virou ídolo no Corinthians, Éverson, há anos fechando o gol do Atlético Mineiro, Cássio, o maior da história corintiana e hoje com altos e baixos no Cruzeiro, o vovô Fábio no Fluminense, John, de papel fundamental nos recentes títulos botafoguenses, Léo Jardim, que parou o Flamengo no sábado, para não falar dos estrangeiros porquê Rochet, no Inter, e Rossi, no Flamengo.

O Santos tem Brazão, cada vez melhor, o São Paulo achou em Rafael quem lhe trouxe mais conforto na impossível missão de olvidar Rogério Ceni, e por aí em diante, porquê João Ricardo, do Fortaleza, indigitado porquê o oitavo melhor do mundo recentemente pelo Observatório de Futebol do Meio Internacional de Estudos de Esporte (CIES Football Observatory).

Na lista dos século nomes temos outros brasileiros: Lucas Perri (13º), do Lyon, Weverton (18º), John (25º), Hugo Souza (28º), Alisson (33º), do Liverpool, Tiago Volpi (36º), do Grêmio, Bento (50º), do Al-Nassr, Cássio (62º) e Léo Jardim (90º). Dez brasucas em uma centena na relação que cabe, porquê sempre, discutir, mas que serve porquê termômetro.

Nem mesmo aquela velha frase para definir porquê era dura a vida do goleiro, porque não nascia grama onde ele pisava, mantém validade diante dos gramados sintéticos que, infelizmente, proliferam pelo país.

Pergunte a Filipe Luís e a Abel Ferreira qual é a maior preocupação deles porquê comandantes de Flamengo e Palmeiras, os dois melhores times do Brasil.

Ambos certamente responderão que é o pouco aproveitamento das chances criadas, a velha eficiência, a capacidade para atingir o objetivo proposto, seja porquê for, com os pés, o peito ou a cabeça, porque com as mãos não vale.

Quem viu o primeiro tempo de Corinthians x Sport entenderá do que se trata.

O massacre alvinegro terminou 1 a 0 para os pernambucanos.


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