Milhares de católicos se reuniram neste Domingo (20) de Páscoa na Terreiro de São Pedro, no Vaticano, com a esperança de ver o papa Francisco, apesar de seu frágil estado de saúde, quase um mês posteriormente ter recebido subida do hospital.
O Sumo Pontífice, de 88 anos, ainda se recupera de uma grave pneumonia. Espera-se que ele apareça ao meio-dia (10h GMT) na sacada da Basílica de São Pedro para conceder a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (à cidade de Roma e ao mundo), transmitida para o mundo todo.
Mas ainda há dúvidas sobre sua participação: o serviço de prelo da Santa Sé informou que o Papa deseja fazer a bênção, mas não confirmou sua presença, dizendo que tudo dependeria de seu estado de saúde e das condições climáticas. Oriente domingo amanheceu nublado no Vaticano, mas sem chuva.
Uma vez que ainda está frágil e com dificuldades para falar — embora sua capacidade respiratória tenha melhorado —, é provável que Francisco delegue a leitura da mensagem a um colaborador. No texto, ele costuma abordar os conflitos que assolam o mundo.
Pela primeira vez desde que foi eleito em 2013, o líder dos 1,4 bilhão de católicos faltou à maioria das celebrações da Semana Santa, uma vez que a Via Crucis nas proximidades do Coliseu, na sexta-feira passada, e a vigília pascal no sábado à noite.
No entanto, no sábado, pouco antes da vigília, o Papa fez uma breve aparição pública na Basílica de São Pedro para rezar diante da imagem da Virgem Maria. Depois, cumprimentou fiéis e distribuiu doces para as crianças.
A missa de Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo, começou às 08h30 GMT na Terreiro de São Pedro, decorada com milhares de flores holandesas, com a presença de 300 padres, bispos e cardeais.
Os organizadores esperam um público ainda maior que o habitual devido ao Jubileu de 2025, o “Ano Santo” da Igreja Católica, festejado a cada 25 anos e que atrai milhões de peregrinos à Cidade Eterna.
Se participar, Francisco poderá encontrar-se com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que foi recebido no sábado pelo cardeal Pietro Parolin, número dois do Vaticano.
A visitante de Vance ocorreu dois meses posteriormente o início de tensões diplomáticas entre o Vaticano e os Estados Unidos, provocadas pelas duras críticas de Francisco à política migratória do governo de Donald Trump.
“Queremos vê-lo”
“Evidente que esperamos ver o Papa, mas se ele ainda estiver doente, veremos seu representante. Mas gostaríamos muito de vê-lo, mesmo doente, queremos vê-lo!”, disse à AFP Marie Manda, uma camaronense de 59 anos.
Na noite de sábado, o cardeal italiano Giovanni Battista Re, decano do Escola Cardinalício, presidiu a vigília pascal à luz de milhares de velas que iluminaram os periferia da Basílica de São Pedro.
O único compromisso atendido por Jorge Bergoglio nesta Semana Santa foi a visitante a uma prisão no meio de Roma, na última quinta-feira, onde se encontrou com muro de 70 detentos — um gesto que repete todos os anos.
Ao ser questionado por jornalistas sobre uma vez que está vivendo a Páscoa deste ano, Francisco — que precisa de repouso integral por dois meses — respondeu, com a voz ofegante: “Vivo [a Páscoa] uma vez que posso”.
Já fragilizado por problemas de saúde e diversas cirurgias, o Papa esteve à extremidade da morte duas vezes durante sua última internação, que durou 38 dias, no hospital Gemelli, de onde teve subida no dia 23 de março.
Em suas últimas aparições públicas, ele já não usava cânulas de oxigênio, o que indica melhora em seu quadro graças à restauração.
De maneira incomum, os cristãos de todo o mundo celebram a Páscoa no mesmo dia oriente ano, com a coincidência dos calendários gregoriano — seguido por católicos e protestantes — e juliano, seguido pelos ortodoxos
