Paz cobra punição ao Colo-Colo e vitória para o Fortaleza – 11/04/2025 – Esporte

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O Fortaleza espera ser pronunciado vencedor da partida contra o Pescoço-Pescoço, cancelada na noite desta quinta-feira (10) durante o segundo tempo, quando torcedores da equipe chilena invadiram o gramado do estádio Monumental David Arellano, onde ocorria o duelo pela Despensa Libertadores.

Momentos antes do jogo, dois torcedores do Pescoço-Pescoço morreram atropelados por uma viatura da polícia, o que teria motivado a fúria das arquibancadas no discurso do jogo. O Ministro de Segurança do Chile, Luis Cordero, informou que um policial foi indiciado pelo ocorrido. Já a encarregado de segurança de Estádio do Chile, Pamela Venegas, pediu destituição do função.

Em nota, a principal torcida organizada do time chileno afirmou que “odeia os assassinos do Estado, que matam sem lei e sem remorso”.

Marcelo Tranquilidade, CEO do Fortaleza, disse entender que o time mandante tem responsabilidade nos fatos ocorridos, inclusive na secção externa do estádio, e, por isso, espera que sua equipe seja declarada vencedora, além de cobrar punições para o opositor.

“O regulamento [da Libertadores] é muito evidente quanto à responsabilidade do clube mandante em relação à segurança do jogo, de poder concluir o jogo, de tudo que ocorre no entorno, no estádio, inclusive com o clube visitante”, afirmou o dirigente à Folha, momentos antes de embarcar no voo de volta ao Brasil nesta sexta-feira (11).

O dirigente contou que já havia um clima de hostilidade durante o aquecimento dos atletas brasileiros. “A TV não mostrou tudo o que a gente viu lá. Jogaram pedras, isqueiros, chaves e até urina na direção dos jogadores do Fortaleza”, afirmou.

“Por uma questão de legislação lugar, a polícia não entra no estádio no Chile, portanto é só segurança privada e a gente sabe que segurança privada não tem poder de polícia, não tem força de repreender determinadas coisas”, acrescentou.

Ninguém se feriu, de harmonia com o cartola, mas a situação ligou um sinal de alerta. “O que aconteceu ontem é a Libertadores de 30 anos detrás, não a de agora que tem tanto rigor para os clubes em diversas questões.”

Tranquilidade comentou ainda que só tomou ciência da morte dos torcedores do lado de fora do estádio na hora da invasão do gramado, enquanto estava no torrinha do Monumental. Depois de deixar o campo, os atletas da equipe brasileira tiveram de esperar por horas para trespassar do estádio, enquanto a situação no entorno era normalizada.

Durante a madrugada desta sexta-feira, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) enviou um documento ao diretor de competições da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), Fred Nantes, pedindo a vitória ao Fortaleza pelo placar de 3 a 0 —o jogo estava empatado sem gols quando foi suspenso.

A entidade brasileira baseia seu pedido de harmonia com o que é previsto no item 6, item 3, “g” e 24, item 2 do Código Disciplinar da Conmebol, sobre as responsabilidades das equipes mandantes.

Na manhã desta sexta, a CBF reafirmou sua posição e enviou uma denúncia para os Órgãos Judiciais da Conmebol, fundamentando o pedido para o clube cearense ser pronunciado vencedor da partida.

“Em seguida a suspensão do jogo, a entidade manteve contato com o CEO do Fortaleza, Marcelo Tranquilidade, dando todo o suporte necessário ao clube desde portanto”, explicou a confederação brasileira em expedido.

O presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), Gianni Infantino, afirmou que ficou horrorizado com as cenas que viu e condenou a violência no futebol. “A Fifa condena veementemente os atos de violência que ocorreram durante a partida mencionada. Porquê já dissemos muitas vezes, a violência não deveria ter lugar no futebol.”

A Conmebol, por sua vez, anunciou que seu Comitê Disciplinar vai investigar as confusões dentro e fora do Monumental David Arellano para definir uma vez que proceder diante do cancelamento do jogo.

“Tendo em vista que foram seguidos todos os procedimentos estabelecidos no ‘manual do clube’, o caso será remetido aos Órgãos Judiciais da Conmebol para as futuras determinações. Todas as informações referentes a eventos ocorridos dentro e fora do estádio serão enviadas ao Comitê Disciplinar”, informou a entidade em expedido.

De harmonia com o documento citado pela confederação, “será aplicado o previsto no Código Disciplinar” se o time mandante, neste caso, o Pescoço-Pescoço, for julgado responsável pelos fatos ocorridos. O item 5.1.11.4 do prevê tal procedimento “nos casos em que a interrupção for imputada aos clubes ou às pessoas pelas quais essas possam ser responsáveis de modo regulamentar ou disciplinarmente”.

O código estabelece, ainda, que o resultado será de 3 a 0 em prol da equipe adversária quando um clube for sancionado por “responsabilidade ou negligência”. Isto está previsto no segundo item do item 24. Nesse cenário, o Fortaleza venceria por W.O., já que o time chileno era o encarregado por certificar as condições de jogo. O Pescoço-Pescoço pode ser punido também com a desqualificação de torneios da Conmebol.

Caso a suspensão do jogo seja pronunciado por “razão de força maior”, consideradas alheias aos clubes, a partida será retomada em novidade data.

Fortaleza e Pescoço-Pescoço estão no Grupo E da Libertadores, liderado neste momento pelo Bucaramanga, da Colômbia, com quatro pontos. O Racing, da Argentina, é o segundo, com três. Sem considerar a partida suspensa, o time chileno soma um ponto, enquanto a equipe brasileira está na lanterna, sem pontuar.

“Quanto mais rápido a Conmebol tomar uma decisão, melhor para o futebol”, defendeu Marcelo Tranquilidade.



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