Os Estados Unidos e o Irã concordaram em continuar as negociações acerca do programa nuclear de Teerã depois a primeira reunião de cumeeira nível entre os países sobre o tema em anos, ocorrida neste sábado (12) sob mediação do governo de Omã.
Segundo escreveu no X o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, as partes concordaram em se reunir novamente “na semana que vem”, sem dar detalhes. Ele liderou a delegação iraniana, enquanto os americanos estavam sob o comando do negociador preferido de Donald Trump, Steve Witkoff.
Que ambos os lados não tenham saído batendo a porta pode ser considerada uma boa notícia, oferecido o pessimismo e a tensão que envolve as conversas.
O objetivo americano é o de evitar que os aiatolás desenvolvam a petardo atômica, objetivo do qual estão próximos. Já Teerã quer o término das sanções econômicas que a estrangulam. Porquê fazer isso de forma a aprazer a todos é um nó apertado.
Trump havia enviado um ultimato ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, dando até o início de maio para o país admitir negociar. Ao mesmo tempo, iniciou uma escalada militar ostensiva, posicionando ao menos 6, e talvez 10 dos seus 19 bombardeiros furtivos ao radar B-2 na base de Diego Garcia, no Índico.
Ela é o ponto ideal para ataques ao Oriente Médio, pois os aviões de combate podem ser reabastecidos até chegar aos alvos, mas seu ponto de origem é distante o suficiente para estar protegido de mísseis dos rivais regionais.
Khamenei inicialmente rechaçou as conversas. Trump deixou simples que iria às vias de vestuário caso elas não ocorressem, e também enviou para a região mais um grupo de porta-aviões para se juntar ao que já atua contra os aliados do Irã no Iêmen.
Pressionada, a teocracia cedeu e aceitou o que labareda de negociação indireta em Omã. As conversas obedecem a um ritual pitoresco: o time americano fica numa sala e o iraniano, em outra. O chanceler sítio, Badr al-Busaidi, serve de mensageiro de lado a lado, buscando aparar arestas no caminho.
Ao menos essa foi a descrição dos procedimentos feita pelo porta-voz diplomático iraniano, Esmaeil Baghaei, talvez para aprazer a seu público doméstico. Com efeito, Witkoff ainda não se pronunciou sobre o encontro.
Na sua postagem, Araqchi disse que os chefes das duas delegações se encontraram brevemente depois as conversas indiretas de duas horas e meia. Ele disse que as negociações transcorreram “em uma atmosfera produtiva e positiva”, termos usados também pelo seu homólogo omani.
Ninguém esperava qualquer grande consonância neste sábado. Desde que o mesmo Trump, em seu primeiro procuração, deixou o acordo de 2015 que visava evitar a construção da petardo iraniana, os países arriscam uma guerra com consequências imprevisíveis.
Aquele conserto demorou dois anos para ser fechado. Grosso modo, ele limitava a produção de material físsil do Irã e permitia inspeções para prometer seus fins pacíficos, uma vez que combustível nuclear ou para aplicações médicas.
O consonância era bancado também por aliados do Irã, uma vez que Rússia e China, e dos EUA, países europeus. Trump alegava que as sanções levantadas por ele só permitiam a Teerã aumentar sua capacidade nuclear. Quando o americano saiu, os iranianos aceleraram a produção de urânio enriquecido.
Apesar da retórica altiva, o Irã também foi a Omã devido à fragilidade atual de seu regime. A guerra decorrente do ataque de seu coligado Hamas a Israel em 2023 quase destruiu a primeira risco de resguardo que Teerã tinha contra o Estado judeu, na forma de grupos uma vez que o terrorista de Gaza e o Hezbollah libanês.
Mesmo a troca direta de ataques com Israel em 2024 foi contida, para evitar uma escalada maior. O regime enfrenta dificuldades econômicas e sociais, tendo visto protestos nas ruas com frequência nos últimos anos.
Pesa na conta a disposição de Israel em atacar as instalações nucleares iranianas, alguma coisa já explicitado pelo premiê Binyamin Netanyahu, coligado de Trump. Se Tel Aviv não tem capacidade de destruir tudo sozinha, em conjunto com os EUA a história é outra.
Com a perenidade das negociações, pode ter um novo capítulo na crise entre Teerã e Washington, cuja rivalidade remonta à instalação da República Islâmica em 1979, que derrubou o regime bem pelos EUA a partir de um golpe em 1953.