Tenho medo de perseguição política, diz brasileira nos EUA – 05/04/2025 – Mundo

Mundo


O clima no ambiente universitário dos EUA mudou muito desde que Donald Trump assumiu seu segundo procuração na Mansão Branca. Sob seu comando, o governo federalista vem cortando investimentos nas universidades e mirando estudantes imigrantes. Funcionária da USC (Universidade do Sul da Califórnia) desde 2023, a brasileira Renata (nome figurado) relata um cenário de tensão manente. Para preservá-la, a Folha omitirá seu nome verdadeiro e função na instituição. Naturalizada americana desde 1996, ela diz que pela primeira vez teme ser perseguida pelo governo.

Leia aquém seu testemunho.

Antes de Trump, o clima na USC era bom, normal. “College life.” Mas já tinha ocorrido uma mudança grande.

Durante os protestos [de abril e maio de 2024, contra a guerra em Gaza], eles [a administração da faculdade] fecharam o campus, que era público e franco a todos. Colocaram guardas em todas as entradas para verificar a identidade dos visitantes. Desde portanto, o campus nunca mais foi franco.

Os protestos eram pacíficos, pró-Palestina. Houve alguns poucos incidentes de vandalismo, mas, que eu saiba, na maioria foram tranquilos. Os estudantes estavam acampados num gramado na superfície médio do campus e receberam notificação para transpor, ou seriam presos. Eles saíram.

As pessoas com quem eu trabalho acharam a resposta da universidade um excesso. Tinha guarda em tudo quanto é lugar, fileira para entrar, ficou completamente draconiano. Foi desproporcional. A gente viu o que aconteceu na [Universidade] Columbia [policiais entraram no campus para desmantelar as manifestações].

No meu departamento, a maior secção da equipe é contra o Trump. Todo mundo ficou horrorizado quando ele ganhou a eleição.

Principalmente agora, cá qualquer protesto pode ser visto uma vez que uma coisa nefasta pelo governo. Logo está todo mundo com pavor. Em universal, o pavor é de perder os fundos federais, pavor de perder vistos. Os alunos temem perder grants [bolsas para estudar] e numerário para pesquisa.

Os professores querem resistir, mas também não querem perder suas pesquisas. Logo estão aceitando as mudanças, embora com muita raiva. A gente tem as reuniões, e nelas todo mundo fala em resistir, mas a resistência é quieta. Assim: deleta tudo do site, mas continua fazendo [os estudos que podem desagradar à gestão Trump].

Os professores basicamente vão continuar usando os princípios do DEI [políticas de diversidade, equidade e inclusão]. Mas não pode falar mais sobre isso, não pode usar nenhuma palavra que possa ter qualquer menção ao DEI. Sumiram. Eles apagaram tudo, está tudo muito excêntrico.

A “vibe” cá está muito ruim. Não só na universidade, no país todo. Se a universidade perder o pedestal financeiro federalista, vai ter que trinchar gastos. Porquê mulher e imigrante naturalizada, tenho pavor de perder o ocupação.

Uma colega de 70 anos, indiana, recebeu uma epístola da Seguridade Social, o sistema que lida com benefícios de aposentadoria, pedindo que ela enviasse os originais de seus documentos de naturalização.

Ela é assistente administrativa e está nos EUA desde jovem. Trabalha na USC há 45 anos, naturalizou-se há 40 e tantos anos. Foi levar pessoalmente. Ficou tudo muito, mas isso foi muito estranho, porque eles nunca pediram esse documento.

Eu nunca tive pavor de perseguição política. Moro cá desde 1996. Mas agora estou com pavor, sim.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *