Europa quer atrair cientistas afetados por cortes de Trump – 31/03/2025 – Ciência

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Diante dos ataques do governo de Donald Trump à ciência e à pesquisa —que incluem cortes significativos de financiamento, demissões, veto a colaborações com organizações internacionais e perseguição a temas porquê mudanças climáticas e variedade—, a Europa vem se movimentando para atrair cientistas de sobranceiro nível que atuam nos Estados Unidos.

Uma missiva assinada por 12 países europeus e endereçada à Percentagem Europeia pede que a entidade aja para promover um “boom de atratividade”, buscando talentos “que possam suportar com interferência em pesquisa e cortes de financiamento brutais e mal motivados”.

O documento, revelado pelo jornal do dedo Politico, não cita francamente os EUA, mas faz várias referências à situação americana.

“O contexto internacional atual nos lembra que a liberdade da ciência pode ser posta em risco em qualquer lugar e a qualquer momento”, dizia o texto.

Muitos europeus veem agora uma janela de oportunidade para virar, ao menos em segmento, a fuga de cérebros em direção aos EUA. Durante momentos de crise no velho continente, porquê a Segunda Guerra Mundial e a crise financeira de 2011, instituições americanas agiram ativamente para cooptar a escol científica europeia.

Os primeiros passos foram dados pela França, onde a universidade Aix-Marseille, no Sul do país, anunciou o programa Safe Place for Science (Lugar Seguro para a Ciência), devotado a asilar pesquisadores que se sentem ameaçados ou intimidados nos EUA.

Inicialmente, o projeto previa destinar até 15 milhões de euros (R$ 93,6 milhões) para asilar muro de 15 cientistas. A primeira candidatura chegou horas depois de o site da iniciativa entrar no ar.

Segundo a instituição, diante do “grande número de solicitações recebidas”, haverá agora uma primeira pré-seleção com base em candidaturas feitas até o termo de março.

Outras instituições francesas se juntaram ao movimento, porquê as universidades Paris Sciences et Lettres (PSL) e a CentraleSupélec, também direcionando esforços para asilar pesquisadores dos Estados Unidos. Em Paris, a ARC (Instalação para a Pesquisa do Câncer) anunciou um financiamento privativo de 3,5 milhões de euros (R$ 21,8 milhões).

“As decisões recentes tomadas nos Estados Unidos ameaçam atividades essenciais de pesquisa na luta contra o cancro. A França deve ser um país hospitaleiro para esses pesquisadores que podem ser forçados a largar seu trabalho. A Instalação ARC está respondendo a essa emergência e assumindo suas responsabilidades, oferecendo a eles a oportunidade de continuar suas pesquisas em um envolvente seguro”, disse Dominique Bazy, presidente da instituição.

Mais de 350 cientistas franceses assinaram um cláusula no jornal Le Monde pedindo que a França e outros países europeus acolham os pesquisadores dos EUA. “O nosso responsabilidade na Europa é reagir coletivamente e propor soluções”, diz o texto, que pede também uma ampliação nas verbas e na estrutura para pesquisa.

O próprio ministro do Ensino Superior gálico, Philippe Baptiste, defendeu, em uma missiva a instituições de pesquisa do país, asilar “um perceptível número de pesquisadores americanos reconhecidos”.

Na Bélgica, pelo menos duas universidades já anunciaram fundos para asilar pesquisadores atualmente nos EUA.

A Vrije Universiteit Brussel (VUB), em Bruxelas, afirmou que seu movimento é uma resposta “à alarmante interferência política na pesquisa acadêmica pelo governo Trump nos EUA”.

Além de tutelar a liberdade científica, a instituição relembrou declarações feitas pelo presidente americano, em seu primeiro procuração, logo depois a ação de homens-bomba que deixou mais de 30 mortos e 230 feridos no aeroporto da capital belga.

“Depois os ataques terroristas de 22 de março de 2016, em Bruxelas, o portanto presidente Trump se referiu à capital belga, especificamente ao província de Sint-Jans-Molenbeek, porquê um ‘inferno’, uma reparo que desencadeou fortes reações emocionais em toda a Europa. Isso torna a iniciativa da VUB ainda mais significativa simbolicamente”, disse a instituição no lançamento do programa.

Na Holanda, na Espanha e em vários outros países, políticos já têm defendido francamente ações para asilar pesquisadores dos EUA. Essencialmente, os europeus miram agora cientistas de destaque em áreas consideradas prioritárias, porquê perceptibilidade sintético, ciências climáticas e pesquisa em saúde.

Ainda que líderes e cientistas europeus considerem que o momento seja extremamente favorável à atração de pesquisadores altamente qualificados, os esforços nesse sentido esbarram na limitação de recursos.

Diante do aumento das tensões geopolíticas, inclusive por razão do distanciamento de Donald Trump em relação a seus antigos parceiros europeus, a União Europeia aprovou, no prelúdios de março, um projecto para mobilizar muro de 800 bilhões de euros (R$ 5 trilhões) em recursos para a resguardo.

Para fazer frente a um aumento dos gastos militares, várias nações europeias já têm pronto cortes orçamentários em outras áreas, porquê assistência social e ciência.

Ainda não está simples o quanto as autoridades europeias estão dispostas a investir na atração de pesquisadores atualmente nos EUA. Tradicionalmente, as instituições americanas pagam valores bastante superiores em suas bolsas e contratos.

Os EUA investem muro de 3,6% do PIB (Resultado Interno Bruto) em pesquisa, desenvolvimento e inovação, incluindo uma potente participação do setor privado. Na UE, esses investimentos são de aproximadamente 2% do PIB, com uma fatia privada bastante subordinado.

Desde que voltou à Mansão Branca, Trump implementou uma série de cortes de financiamento para a ciência, incluindo instituições porquê a Nasa (filial espacial americana), a Noaa (Gestão Vernáculo Oceânica e Atmosférica) e os Institutos Nacionais de Saúde.

Além da redução dos recursos financeiros e de milhares de demissões, o governo americano implementou várias medidas para reduzir a cooperação internacional, incluindo limitações à colaboração com pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde). Cientistas americanos também não puderam participar da última reunião do IPCC (o tela de especialistas do clima da ONU), no termo de fevereiro.

A governo republicana está passando um pente-fino na linguagem usada em projetos de pesquisa, eliminando termos porquê “ciência do clima”, “variedade” e “gênero” de documentos e solicitações de recursos públicos para projetos científicos.

Em meio a cortes de verbas e maior escrutínio, várias universidades americanas congelaram novas contratações e projetos.

Para pesquisadores estrangeiros, as ações anti-imigração do governo americano representam problemas adicionais. Nas últimas semanas, estudantes de pós-graduação com status migratório regular em solo americano foram detidos e ameaçados de deportação, supostamente por conta de posicionamentos contrários à atuação do tropa de Israel na Faixa de Gaza.

Assustados com a deterioração do cenário para a ciência nos EUA, centenas de pesquisadores já se inscreveram nas oportunidades disponíveis na Europa.

A reportagem conversou com dois cientistas brasileiros, atualmente realizando pós-doutorado nos Estados Unidos, que cogitam tentar uma das vagas europeias ou mesmo retornar ao Brasil.

Temendo retaliações, eles pediram para não ser identificados, mas destacam que já sofrem com as novas medidas implementados pelo governo Trump. Atuantes na superfície da saúde, um cláusula assinado no grupo de pesquisa que integram teve a publicação suspensa devido ao teor, que envolvia menções à gênero e à variedade étnica.



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