O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto que determina a remoção do que labareda de “ideologias impróprias, divisivas e antiamericanas” que estariam permeando o Instituto Smithsonian, o maior multíplice de museus e centros de pesquisa do país.
O decreto, chamado de “Restoring Truth and Sanity to American History” (Restaurando a Verdade e a Sanidade na História Americana, em português), foi assinado na quinta-feira (27) e atribui ao vice-presidente, J.D. Vance, a tarefa de coordenar as mudanças no instituto. A medida, entretanto, é vaga sobre o que o dirigente do Executivo considera porquê ideologia antiamericana, e seus impactos não estão claros.
O texto também instrui o Departamento do Interno a restaurar parques, monumentos e memoriais federais que tenham sido, segundo o governo, “removidos ou alterados nos últimos anos para perpetuar uma falsa revisão da história”. Críticos dizem, porém, que o próprio governo tenta fazer um revisionismo histórico ao implementar medidas do tipo.
O decreto aponta o Museu Vernáculo de História e Cultura Afro-Americana porquê problemático. Também diz que o Museu Vernáculo de História das Mulheres planeja comemorar os atletas do sexo masculino que participam de esportes femininos, numa referência pejorativa e ofensiva a pessoas transgênero.
A Moradia Branca não entrou em detalhes sobre o decreto, e o Instituto Smithsonian não respondeu a pedidos de comentários feitos pela filial de notícias Reuters.
O Smithsonian abrange 21 museus, vários deles na capital do país e espalhados entre o Capitólio e o Monumento a Washington. O multíplice inclui o Museu Vernáculo do Ar e Espaço, o Museu Vernáculo de História Americana, o Museu e Jardim de Esculturas Hirshhorn, entre outros. Engloba também 14 centros de instrução e pesquisa, além do zoológico pátrio.
O decreto está desempenado com os esforços do governo Trump para concluir com os programas de variação e inclusão no governo, nas universidades e nas empresas.
O texto assinado por Trump ainda ataca o governo de seu predecessor, Joe Biden, dizendo que o democrata “impulsionou uma ideologia divisiva que promoveu a liberdade dos EUA de forma irregularidade, modificando instituições reverenciadas porquê o Smithsonian e os parques nacionais com narrativas falsas”.
Trump também tem sido crítico da renomeação ou remoção de estátuas e monumentos confederados. No início deste ano, ele rebatizou duas bases do Tropa dos EUA com seus nomes antigos apesar de uma lei federalista que proíbe homenagem a generais que lutaram pelo Sul, em resguardo da manutenção da escravidão, durante a Guerra de Secessão (1861-1865).
Em 2017, Trump defendeu nacionalistas brancos em Charlottesville, na Virgínia, que protestaram contra a decisão da cidade de remover uma estátua do comandante confederado Robert E. Lee. Na quadra, ele disse que havia “pessoas muito boas de ambos os lados”, o que provocou indignação.
