O Instituto Nacional de Normas e Tecnologia dos EUA (NIST) está discutindo planos para eliminar uma equipe inteira responsável por publicar e manter dados críticos de medição atômica nas próximas semanas, pois o governo Trump continua seus esforços para reduzir a força de trabalho federal dos EUA, de acordo com um e -mail de 18 de março enviado a dezenas de cientistas externos. Os dados em questão sustentam pesquisas científicas avançadas em todo o mundo em áreas como fabricação de semicondutores e fusão nuclear.
“Fomos informados recentemente de que, a menos que haja uma grande mudança nos planos de reorganização do governo federal, todo o grupo de espectroscopia atômica será demitida em poucas semanas, em particular, uma vez que nosso trabalho não é considerado estatutariamente essencial para a missão do NIST”, escreveu Yuri Ralchenko, líder do grupo, escreveu o email, que foi visto pelo Wired.
Ralchenko observou que a espectroscopia atômica foi usada para descobrir muitos novos exoplanetas e desenvolver novas novas técnicas de diagnóstico, entre outras aplicações. “Infelizmente, a história da espectroscopia atômica no NIST está chegando ao fim”, escreveu ele.
Em resposta a um pedido de comentário da Wired, Ralchenko disse que não tinha permissão para falar sobre questões de orçamento e gerenciamento e encaminhou perguntas ao Departamento de Assuntos Públicos do NIST. O NIST e sua agência controladora, o Departamento de Comércio, não responderam aos pedidos de comentários.
O grupo de espectroscopia atômica estuda como os átomos absorvem ou emitem luz, permitindo que os pesquisadores identifiquem os elementos presentes em uma determinada amostra. Em seguida, coleta e atualiza esses cálculos no Banco de dados de espectros atômicosum catálogo de informações e medições de espectroscopia líder do setor que desempenham um papel crucial em áreas como astronomia, astrofísica e medicina. Em uma postagem de blog publicada na semana passada destacando a importância Do banco de dados, o NIST disse que recebe uma média de 70.000 solicitações de pesquisa em todo o mundo a cada mês.
É “realmente difícil superestimar” a importância desses dados, diz Evgeny Stambulchik, um cientista sênior de pesquisa do Weizmann Institute of Science em Israel que iniciou um petição reunir assinaturas de outros pesquisadores e membros do público que se opõem aos cortes na equipe de espectroscopia atômica. Atualmente, a petição tem mais de 1.700 assinaturas.
Stambulchik, cuja especialidade é a espectroscopia de plasma, diz que a espectroscopia atômica é essencialmente a única ferramenta que pode ser usada para interpretar objetos remotos no espaço, como os observados pelo poderoso telescópio de James Webb. Também é basicamente a única ferramenta para investigar “matéria em temperaturas atingindo dezenas de milhões de graus”, acrescenta ele, como dentro de um reator de fusão nuclear.
Outro físico de plasma de uma instituição dos EUA que pediu para permanecer anônimo porque não está autorizado a falar com a mídia disse que usam esses dados diariamente para criar modelos confiáveis para projetar futuros reatores de fusão. “Perder essa fonte de dados confiável impediria as empresas privadas de fusão”, explicam eles.
O cientista dos EUA diz que os dados fornecidos pelo grupo de espectroscopia atômica do NIST são úteis para pesquisadores e engenheiros em vários campos. “O tipo de dados cuidadosamente selecionados que esse grupo forneceu a base de sistemas confiáveis, como GPS e litografia”, dizem eles. “É esse tipo de ciência e engenharia rigorosas que mantêm nossas pontes e nosso poder. Isso não é ‘se mova rapidamente e quebre as coisas’.”
