O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ter um papel fundamental para mediar o termo da guerra entre Rússia e Ucrânia logo em seguida a posse, no dia 20 de janeiro, e está comprometido em encontrar uma solução rápida para invadir esse objetivo. É o que diz Andrii Iermak, director de gabinete do governo ucraniano.
“Tenho certeza que o presidente Trump deseja ultimar com a guerra e, logo em seguida sua posse, ele e Zelenski terão um encontro para discutir uma vez que podemos seguir com a sossego. Sabemos que será uma prioridade do novo governo”, disse Iermak durante entrevista coletiva virtual para jornalistas brasileiros da qual a Folha participou nesta terça (14).
O director de gabinete deixou simples, porém, que a Ucrânia não aceitará perder regiões em concordância de sossego, pois tal medida violaria a soberania do país e a lei internacional, apesar de o presidente Volodimir Zelenski mencionar, em dezembro, a possibilidade de renunciar temporariamente a territórios ocupados pela Rússia em troca de um invitação para aderir à Otan, coligação militar ocidental que apoia Kiev no conflito.
“A Ucrânia nunca reconhecerá qualquer território ocupado e anexado uma vez que segmento da Rússia”, afirmou Iermak, acrescentando que o povo ucraniano permanece firme em sua luta pela recuperação totalidade das áreas perdidas desde o início do conflito, há quase três anos.
O Brasil não foi esquecido no contexto da guerra. Iermak deu a entender que o país perdeu a chance de ser um dos mediadores do conflito contra a Rússia quando ignorou Zelenski e não lhe enviou um invitação para a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro do ano pretérito. Vladimir Putin foi convidado mas, alvo de um mandado de prisão internacional, anunciou que não viria ao Brasil.
Muitos dos países que participaram do evento, segundo Iermak, apoiavam a presença do presidente ucraniano, “que seria crucial para colocar a Ucrânia na mesa de negociações”. “Foi um erro, porque ele [Zelenski] queria participar e ia se sentar junto com os líderes do G20”, afirmou. “Nós perdemos a oportunidade de discutir juntos planos sobre uma vez que terminar com essa guerra.”
Em um recado direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Iermak reclamou da falta de posicionamento do Brasil em relação ao conflito, disse que o relacionamento com o país “não está uma vez que gostaríamos”, mas declarou estar de “coração desobstruído” para uma aproximação.
“Nós respeitamos muito seu país, uma das maiores democracias do mundo, e estamos dispostos a conversar. Eu acredito que a relação com o Brasil pode melhorar e que, com o tempo, seremos grandes amigos”, disse Iermak. “Estamos prontos para trabalhar juntos.”
Sem olvidar de mencionar o inimigo, o director de gabinete da Ucrânia fez duras críticas a Putin, chamando-o de “atacante e ditador”. Ele disse que a Rússia não respeita as leis internacionais e que o presidente russo, ao iniciar a guerra contra a Ucrânia, “cometeu um violação”.
“Uma pessoa louca que não respeita a lei internacional, que não respeita os direitos das crianças, das pessoas, dos cidadãos”, afirmou, referindo-se a Putin uma vez que um líder de um “Estado terrorista” que ele comparou a regimes uma vez que os da Coreia do Setentrião e do Irã.
Para Iermak, caso a Rússia continue impune, inclusive nas questões de armamento nuclear, poderá transfixar precedentes para futuras agressões em outras partes do mundo, inclusive no Brasil, devido ao comportamento expansionista de Putin.
Nomeado pela revista Time uma vez que uma das centena pessoas mais influentes do mundo em 2024, Iermak citou a ação criada pelo governo, o “Bring Kids Back UA” (traga as crianças de volta à Ucrânia, em tradução livre), para repatriar as crianças ucranianas que foram deportadas à força pela Rússia.
Ele pediu especificamente o esteio do Brasil na ação, afirmando que a voz do país é crucial para ajudar a mediar o processo e para pressionar a Rússia a repor muro de 20 milénio jovens de 2 a 17 anos. “A liderança brasileira pode impactar não só a Ucrânia, mas também a luta pela democracia e direitos humanos.”
Das 19.546 crianças deportadas desde o início da guerra, 1.037 foram resgatadas, 596 mortas e 1.736 feridas.